Após confusão, taxistas reclamam do assédio de vans e loteiros aos passageiros no aeroporto.
Relatos são de abordagens constrangedoras e sob gritos aos turistas que chegam em visita ao Estado
Os taxistas que trabalham no Aeroporto Internacional Aluízio Alves, no município de São Gonçalo do Amarante, estão revoltados com o assédio feito por loteiros e motoristas de vans a passageiros que desembarcam no terminal. Eles relataram que as abordagens acontecem dentro do estabelecimento e que os irregulares oferecem o serviço de transporte por valores muito abaixo do cobrado pelas corridas e, em carros particulares, táxis de outros municípios e até mesmo em vans escolares.
“É um constrangimento grande para os passageiros, que mal pisam no solo e já são abordados, muitas vezes aos gritos, por pessoas que fazem o transporte clandestino, em carros de passeios, lotações ou vans, dentro do próprio aeroporto. E prejuízo para nós, que investimos tanto em carros novos, cursos de inglês e atendimento ao cliente, entre outras coisas, e perdemos esses clientes para pessoas que agem de forma irregular”, desabafou o presidente da Cooperativa de Condutores de São Gonçalo do Amarante (Coopcon), José Anchieta.
Ele afirmou que isso acontece principalmente nos horários entre 13h e 16h e de meia-noite até 3h da madrugada, quando os irregulares são ainda mais abusivos nas abordagens, oferecendo corridas a R$ 20,00 por pessoa. Anchieta disse ainda que o caso já foi reclamado e foco de reuniões entre a categoria e o Departamento Municipal de Trânsito (Demutran), além do Consórcio Inframérica, mas ainda não houve uma ação que acabasse com o problema.
“Existem empresas de vans que são autorizadas a fazer o traslado de passageiros que fecham pacotes turísticos, mas o que acontece na prática, aqui no aeroporto, é que eles chegam e ficam abordando os passageiros de forma indiscriminada, o que é errado porque gera concorrência desleal para com os taxistas cadastrados do terminal. Ficamos no prejuízo e as autoridades não fazem quase nada para resolver esse problema, que é grave, porque atrapalha o nosso trabalho”, explicou.
Segundo o taxista Emanuel Lisboa, a ação dos loteiros e motoristas de vans acontecem todos os dias e muitas vezes, os passageiros que concordam em pegar o transporte irregular é obrigado a esperar até que o veículo fique com a capacidade completa. “Eles têm que esperar até o loteiro conseguir todos os passageiros para fazer a viagem, ou seja, deixam de ir conosco, numa viagem rápida e legalizada, para irem em um CARRO de lotação com atraso de tempo e outros inconvenientes”, afirmou.
Demutran fiscaliza em horários específicos
A reclamação dos taxistas do Aeroporto de São Gonçalo do Amarante foi recebida com surpresa pelo diretor da Demutran, Paulo Roberto, que afirmou que são realizadas ações de fiscalização diárias no local, para coibir esse tipo de transporte irregular. Ele disse ainda que não podem agir dentro do terminal de passageiros por esta ser área particular.
“Temos equipes que trabalham em fiscalizações todos os dias à tarde no aeroporto e, em dias alternados, durante a madrugada, justamente para evitar e combater esse tipo de ação de loteiros e vans irregulares, mas infelizmente, nossas equipes são pequenas, fazemos o que podemos. Também procuramos diálogo com as agências de receptivos sobre isso e eles estão cumprindo o acordo de não pegar passageiros soltos”, afirmou.
Paulo Roberto falou também que as fiscalizações durante a madrugada são feitas de meia-noite às 4h, quando há maior número de VOOS neste período. Já o Departamento Estadual de Trânsito (DER) afirmou, por meio de sua assessoria de comunicação, que todas as ações fiscalizatórias no entorno do terminal estão sendo feitas normalmente.
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