Empresas escondem informações sobre roubos de R$ 343 milhões a fortalezas e carros-fortes

Os bandidos chegam pela madrugada. Agem rápido com dezenas de comparsas e veículos, por vezes caminhonetes e até caminhões. Fecham as ruas e isolam a região. Com armas de alto calibre, algumas .50, rendem os seguranças, matam até policiais se julgarem necessário, instalam explosivos numa parede com ajuda de um profissional acostumado a detonar minas no Norte ou no Nordeste. Bum! Uma explosão, ora cirúrgica ora espalhafatosa, abre uma porta ou derruba uma parede inteira. Os ladrões entram e levam milhões em dinheiro vivo guardados dentro de empresas que fazem transporte e armazenagem de valores no país.
Dados das polícias civis, da Federação Nacional dos Policiais (Fenapef), da área de inteligência da Polícia Federal e de seguradoras levantados pela Revista Congresso em Foco mostram que pelo menos R$ 343 milhões foram roubados de carros e bases fortes em condições parecidas com as descritas acima apenas nos últimos dois anos. Desse total, R$ 215 milhões foram levados em dez assaltos, feitos em seis estados, nas bases das empresas especializadas na armazenagem de dinheiro, verdadeiras “fortalezas”. Uma média de R$ 21 milhões por roubo. Nesses casos, seis pessoas foram mortas. Os R$ 128 milhões restantes foram subtraídos em 156 ataques a carros-fortes, quando os roubos são menores, média de R$ 848 mil por ação.
Os valores envolvidos e o número de atos criminosos tendem a ser ainda maiores devido à morosidade das empresas em registrar a ocorrência, que chega até a dois meses. Os assaltos dessa natureza são um negócio de alta lucratividade e baixo risco, apontam especialistas. Essa demora e a sucessão de correções nas cifras roubadas intrigam profissionais das áreas de segurança pública e de combate ao crime organizado e à lavagem de dinheiro. Gigantes do setor, a Prosegur, a Protege, a Brinks, a Rodoban e a Servi-San se negaram a informar à reportagem a data em que comunicaram o quanto foi levado pelos criminosos em dez assaltos às suas bases fixas entre novembro de 2015 e de 2017. As informações são de Eduardo Militão – Congresso Em Foco.

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