Idoso em estágio terminal solicita suicídio assistido, mas tem pedido negado
Um homem doente terminal que quer ser ajudado a morrer perdeu seu último recurso legal no Tribunal de Apelação nesta quarta-feira. Noel Conway, de 68 anos, que sofre de uma doença neuronal motora, vem travando uma batalha legal nos últimos meses pelo direito a uma morte “pacífica e digna”. Nesta última tentativa, ele contestou uma rejeição anterior da Corte Suprema, dada em uma audiência em maio. Na apelação, os três juízes principais — Sir Terence Etherton, Sir Brian Leveson e Lady Justice King — deram nova negativa ao pedido.
Conway, um palestrante aposentado da cidade de Shrewsbury, na Inglaterra, disse agora que pretende levar sua luta à Suprema Corte.
— Vou continuar lutando por mim e por todas as pessoas em estado terminal que querem o direito de morrer em paz, com dignidade e em nossos próprios termos — disse ele, após a decisão.
Por conta de sua doença, Conway é dependente de um ventilador por até 23 horas por dia e só tem movimento de cabeça, pescoço e da mão direita.
O que ele tem solicitado no tribunal é que um médico lhe prescreva uma dose letal de drogas quando a saúde dele se deteriorar.
Conforme explicou o idoso, suas opções atuais são “efetivamente sufocar”, removendo seu ventilador, ou então gastar milhares de libras viajando para um país como a Suíça, que permite pôr fim à própria vida, mas isso implicaria fazer com que sua família corra o risco de ser processada.
Um dos juízes que decidiu o caso, Sir Terence, disse que a Suprema Corte havia visto evidências de que o esquema proposto por Conway — um médico receitar uma dose letal — era “inadequado para proteger os fracos e vulneráveis”.
A decisão foi considerada acertada pelo Secretário de Estado da Justiça, David Gauke, e por diretores de movimentos contra o direito à morte no Reino Unido, como a “Care Not Killing” (Algo como “Cuidar, e não matar”).
Peter Saunders, diretor de caampanha do “Care Not Killing”, afirmou que a postura do Tribunal de Apelação foi “sensata”.
— A lei mais segura é a que já temos: uma proibição total do suicídio assistido e da eutanásia — avaliou ele.
No Brasil, essas práticas também são proibidas. O assunto, porém, tem levantado debates no mundo todo, principalmente a partir de casos de bebês com doenças que impossibilitam a vida e idosos em estado terminal.
Fonte: O Globo
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