Fim do voto secreto é o suicídio do parlamento.
Conquista democrática, o voto secreto existe desde a Grécia Antiga, quando os atenienses decidiam se determinado cidadão deveria ser enviado ao ostracismo; ele foi preservado nas democracias modernas para garantir a independência dos parlamentares diante da pressão dos poderes econômico e sobretudo midiático; sem o voto secreto, como querem o Globo, o Estado de S. Paulo e colunistas como Eliane Cantanhêde, a democracia brasileira seria substituída por uma espécie de Globocracia, Mervalocracia ou Elianecracia; será que os deputados irão oferecer a eles o próprio pescoço?
Os meios de comunicação tradicionais e sua tropa de colunistas já têm uma nova bandeira: o fim do voto secreto no parlamento brasileiro, especialmente nas processos de cassação de parlamentares. Essa bandeira foi hasteada pelo Globo e pelo Estado de S. Paulo em suas manchetes, assim como pela colunista Eliane Cantanhêde. O motivo é a não cassação do deputado Natan Donadon, que, segundo Eliane, representaria o suicídio do parlamento brasileiro?
Será mesmo? Presente em praticamente todas as democracias modernas, o voto secreto é uma conquista democrática, que protege o parlamento de pressões ilegítimas – especialmente aquela exercida pelos meios de comunicação, que, além de interesses comerciais, também têm uma agenda política. Nasceu na Grécia Antiga, quando os atenienses decidiam que cidadãos deveriam ser enviados ao ostracismo.
Uma monografia interessante escrita por Eduardo Meireles de Souza aborda o tema com profundidade – e não com a superficialidade típica dos meios de comunicação e de seus colunistas. "A concepção do voto secreto não é algo tão inovador quanto parece e remonta à Antigüidade. Na Grécia Antiga, conhecida como “berço da democracia”, o voto secreto era utilizado em Atenas, a fim de decidir um processo conhecido como ostracismo, juízo pelo qual os atenienses exilavam por dez anos um cidadão cuja presença era considerada perigosa à manutenção do regime democrático", diz ele.
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