Bolsonaro assume que não vai manter a intervenção de Forças Armadas no Rio

Mantendo a mesma disposição sinalizada durante a campanha eleitoral, o presidente Jair Bolsonaro confirmou em entrevista coletiva nesta sexta-feira (30) que não vai manter intervenção federal na segurança pública do estado do Rio de Janeiro. Desde os primeiros dias após o anúncio do decreto do presidente Michel Temer, em fevereiro deste ano, Bolsonaro se manifestou contrário à medida.

“Eu assumindo, não prorrogarei. Se quiserem falar de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), eu vou depender do parlamento para assinar”, disse. A GLO, regulada pela Constituição, concede poder de polícia temporariamente a militares para restauração da “normalidade”.

Segundo Bolsonaro, q decisão de não renovar o decreto da intervenção das Forças Armadas na segurança pública do estado é justificada por não haver “retaguarda jurídica” a militares e policiais. “Como presidente, não serei irresponsável de ‘botar’ nossos homens e mulheres nas ruas para, após a missão, serem processados.”

Segundo matéria publicada no Site da Época, "pela primeira vez, desde 1994, haverá menos de cem PMs assassinados num ano. Nem no melhor momento das Unidades de Polícia Pacificadora, quando ocorreu uma redução significativa na morte de policiais, chegou-se a um índice tão baixo.87 policiais militares haviam sido vítimas de homicídio desde 1º de janeiro. Dos 87 policiais mortos, apenas 26 estavam em serviço. Os demais morreram em supostos assaltos ou conflitos não identificados. Parte das mortes pode ser caracterizada como crimes de execução.

Desde o início da intervenção no Rio, os números da violência no estado foram reduzidos sensivelmente. Houve redução em praticamente todas as ocorrências, como roubo de cargas, assaltos e latrocínios. O maior receio dos cariocas é o de que o fim da intervenção no Rio favoreça o prevalecimento de milícias que já atuam em mais de 100 localidades no Estado.

O Governador eleito do Rio, Wilson Witzel, foi um dos únicos candidatos que haviam se comprometido com a população no sentido de manter a intervenção federal na Segurança Pública do Estado.