Planalto retalia deputados que votaram contra Temer e envia a primeira lista de exonerações
A retaliação veio a jato. O Palácio do Planalto enviou já na noite desta quinta (26) para o Diário Oficial a primeira parte da lista de exonerações de afilhados de deputados que foram infiéis a Michel Temer na votação da denúncia. O governo fez sua própria peneira. Constatou que seis parlamentares traíram o presidente. A ordem é não poupar nenhum cargo. Uma próxima leva de cortes será publicada na próxima semana. Não houve tempo para que a Casa Civil assinasse todas as demissões.
O governo seguiu um raciocínio simples para mensurar a erosão da base. Na primeira denúncia, Temer obteve o apoio de 263 deputados, com 19 abstenções. Na segunda, de 251 com 25 ausências. A diferença nas somas dos placares é de seis parlamentares.
Deputados de partidos aliados que se declararam favoráveis ao afastamento do peemedebista amanheceram nos gabinetes de ministros do governo.
Apresentaram argumentos regionais e pediram clemência por terem apoiado o presidente não só no impeachment, como no teto dos gastos e na reforma trabalhista.
O Planalto bateu o martelo e decidiu que os ministérios do PSDB serão redistribuídos em março. Michel Temer vê principalmente na pasta das Cidades, hoje ocupada por Bruno Araújo (PSDB-PE), importante trunfo para as eleições de 2018.
A avaliação do governo é a de que qualquer mudança agora poderia colocar em risco a aprovação de pautas para as quais o PSDB declarou apoio. Por isso, a troca de guarda será feita às vésperas do limite do prazo para que candidatos deixem cargos públicos.
Em reuniões nesta quinta (26), Temer deixou claro que o xadrez eleitoral de 2018 deve entrar nas contas do governo sobre benesses aos aliados. Sem financiamento privado, recursos da máquina federal ganharão peso extra.
A internação de Temer fez com que duas de suas filhas viajassem às pressas para Brasília na quarta (25). Elas dormiram com o pai no Palácio do Jaburu. Retornaram nesta quinta (26), pela manhã, quando tiveram certeza de que o peemedebista estava bem.
Integrantes do Supremo disseram que sabiam que o ministro Luís Roberto Barroso estava exaurido das farpas lançadas por Gilmar Mendes, mas ninguém esperava uma reação tão contundente como a que ele externou nesta quinta (26), em duro embate com o colega no plenário da corte.
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