Após pitaco de Lula, Planalto busca assumir controle da agenda de reivindicações das ruas.

   
                           
 
 
Surpreendido e acuado pelas manifestações que tomam conta do país, o governo federal está tentando assumir o controle da agenda que emergiu das ruas para aprovar projetos que já eram defendidos pelo Planalto e pelo PT. A estratégia começou a ser delineada com o pronunciamento da presidente Dilma Rousseff na segunda-feira, na qual ela propôs pactos com o Congresso para atender aos anseios da população nas áreas de saúde, transporte, educação, combate à corrupção, reforma política e responsabilidade fiscal. A oposição, porém, ontem começou a criticar o que seria uma tentativa do governo de jogar uma “cortina de fumaça” para desviar o foco da insatisfação popular. No Congresso, parte da agenda positiva já começou a ser tocada adiante – embora não exatamente como quer o governo nas áreas de educação e responsabilidade fiscal (leia mais nesta página). Da parte do Planalto, as discussões sobre o plebiscito da reforma política por enquanto têm sido a principal preocupação. Outro foco Líderes oposicionistas, porém, ontem ensaiaram discurso mudando o foco da discussão sobre o atendimento à pauta das ruas. “Não temos nada contra o plebiscito, mas nós [congressistas] temos capacidade de diagnosticar e fazer uma reforma política. O que a presidente está fazendo é lançar uma cortina de fumaça para tentar esconder as mazelas do governo na educação, na saúde, no transporte”, afirmou o líder do DEM na Câmara, Ronaldo Caiado (GO). “Temos outros assuntos para tratarmos, como saúde, educação, redução de gastos públicos, de ministérios. Essa é a pauta que está em sintonia com as ruas e isso queremos discutir”, disse o líder do PSDB, Carlos Sampaio (SP). Assim como o governo, UNE quer royalties só para a educação Cerca de 2 mil manifestantes da União Nacional dos Estudantes (UNE) e da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes) promoveram ontem uma manifestação na frente do Congresso para pedir que o Senado aprove o projeto original do Planalto que prevê que 100% dos royalties do petróleo sejam destinados exclusivamente à educação. Em votação anteontem na Câmara, os deputados decidiram que 75% da verba será destinada à educação e 25% para a saúde. A reivindicação da UNE e da Ubes – entidades ligadas a partidos que fazem parte da base de apoio da presidente Dilma Rousseff – coincide com o anseio do Planalto de resgatar o projeto original. Na quarta-feira, o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, já havia dito que o governo defenderá a aplicação de 100%, e não de 75%, no ensino público. A UNE e a Ubes ficaram de fora das primeiras manifestações pelo país. Questionada se a UNE estava entrando muito tarde nas manifestações, a presidente da entidade, Virgínia Barros, respondeu: “A UNE está nas ruas há 76 anos participando dos protestos no país”.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Conheça os canais de atendimento do SAAE.

PREFEITURA DO NATAL ABRE SELEÇÃO PARA PROFESSORES

Em entrevista a TV Metropolitana, João Maia fala das potencialidades do RN e eleições.