Maternidade suspende atendimento e anuncia o fechamento de dez leitos de UTI no mês de julho





Em menos de uma semana, a porta de urgência e emergência da Maternidade Escola Januário Cicco (MEJC) foi fechada duas vezes pelo mesmo motivo: falta de pediatra. Durante toda esta quarta-feira (26), a Maternidade, que é a maior do Estado, ficará sem realizar partos, com exceção das emergências, pois não há pediatra para cumprir a escala. Diante da falta de profissionais, essenciais para a realização do parto, a direção da MEJC optou em fechar, temporariamente, dez leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Intermediária, para garantir a realização de partos durante o mês de julho.
De acordo com a diretora médica da maternidade, Maria da Guia Medeiros, desde a semana passada, que a direção tem tentado encontrar uma solução para resolver o problema, inclusive com o diretor da maternidade, Kleber Morais, entrando em contato pessoalmente com os pediatras, mas não conseguiu sensibilizar nenhum profissional. Hoje, apesar da urgência ter sido fechada, os profissionais estavam fazendo o acolhimento, literalmente, na porta de entrada e encaminhando para outras unidades.
“Semana passada ficamos um dia sem pediatra, mas foi o primeiro e tentamos resolver de modo que não precisássemos fechar nenhum dia. Mas não temos pediatra hoje, amanhã à tarde, sábado e domingo em nenhum momento. Se daqui para frente, em vários dias não teríamos pediatra, não tínhamos como sustentar essa situação. Estamos fechando hoje até às 19h, mas, mesmo com pediatra, só vamos receber emergências e alto risco”, afirmou a diretora Maria da Guia. Hoje pela manhã foi realizado apenas um parto de uma paciente que estava internada na maternidade.
Maria da Guia de Medeiros explicou que para garantir o pediatra na sala de parto e no centro cirúrgico obstétrico foi necessário que a direção tomasse a decisão de fechar, temporariamente, dez leitos de UTI intermediária. “Ou fechamos a porta para receber partos ou fechamos os leitos de UTI intermediária. Então, decidimos fechar os leitos para poder acolher as mulheres que estão superlotando a maternidade das Quintas e de Santa Catarina”, destacou a diretora médica.
“Isso é uma guerra e ela estava lá longe. As trincheiras foram derrubadas e a guerra chegou na maior, que é a Maternidade Januário Cicco. E agora, o general da guerra hoje caiu por falta de pediatra. A guerra estava longe, mas chegou porque as medidas não foram tomadas, e o general hoje está fechado”, desabafou a obstetra Maria da Guia Medeiros.
Hoje a Maternidade conta com 12 pediatras da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e outros 13 contratados pela Fundação Norte-Rio-Grandense de Pesquisa e Cultura (Funpec) que atuam na maternidade, mas não têm dado conta de tantos plantões. A unidade tem capacidade para realizar 500 partos por mês, mas cerca de 800 têm sido realizados no mesmo período.
Com a suspensão dos partos, a diretora da maternidade Maria da Guia de Medeiros considera que tem prejudicado a função da instituição de ensino aos estudantes de Medicina. “É um prejuízo imenso, pois não tendo o parto e a cesárea, os estudantes vão deixar de realizar o procedimento e a consulta do paciente. A UFRN e o Departamento de Tocoginecologia precisam ter um posicionamento no que diz respeito ao prejuízo que esses alunos estão tendo. Na realidade eles estão tendo prejuízo há algum tempo, porque na superlotação não conseguimos ensinar a ninguém. O aluno quer discutir o caso conosco, mas na emergência não tem como, pois o ‘rolo compressor’ vai passando. A UFRN precisa entender que a Maternidade é uma escola e ela precisa, em curtíssimo prazo, fazer uma intervenção no ensino dos futuros médicos”, destacou.
Fonte: JH

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